Bem pessoal, inauguro aqui a seção Dicas!! Algumas técnicas e procedimentos são muito pessoais, cada um vai desenvolver seu processo criativo. Por isso indico que você se atenha à essência da mensagem e não apenas às técnicas utilizadas.
Vou falar um pouco sobre duas ilustrações que produzi em 2011 para o livro Sepé Tiaraju e a Guerra Guaranítica, de Luis Rubira. Adotei uma linha gráfica toda baseada no grafite para a publicação. Então já começava as ilustras com o lápis desde os primeiros esboços. Em determinado momento eu travei.
Simplesmente não conseguia criar algo mais impactante visualmente. Tinha feito uma grande pesquisa iconográfica, colhido um arsenal de referências, e acabei criando as primeiras ilustrações bem fiéis à História. Pois bem, tive que abandonar o grafite e partir para a técnica da aguada (nanquim bem diluído em água) para resgatar a expressão gráfica no desenho. fiz isso em várias ilustrações do livro.
Neste
caso consegui o que eu queria através da técnica da aguada, que unida ao meu
estilo com tendencia expressionista funcionou bem. Mas eu tinha adotado o
grafite como técnica comum à todas as ilustras do livro. Então procurei
traduzir para o grafite a mesma força da imagem original, respeitando as
diferenças entre os materiais.
O mesmo aconteceu na ilustra abaixo, onde até a cor me deu um plus na criação e na composição dramática da cena. Quando transpus para o grafite procurei manter a expressão deformada de dor da índia atingida ao invés de um desenho mais elaborado. Burlei a "regra" que eu mesmo estipulei, ao usar aguada ao invés de grafite nas ondas do rio.
Quando uma técnica não funciona, depois de algumas tentativas pode-se partir para outros caminhos, que na maioria das vezes só tem a enriquecer o seu trabalho.
Espero que o post tenha ido útil. Bom trabalho a todos!!